Zaíra de Oliveira foi a primeira cantora negra de destaque
no País.
Carioca, nascida em 1891, teve formação clássica, tendo
cursado canto lírico no Instituto Nacional de Música, atual Escola Nacional de
Música. Mas também cantou música popular.
Em dezembro de 1921 participou de um concurso realizado na
escola de música. O prêmio seria uma viagem à Europa. Recebendo o primeiro
lugar, por ser negra, não lhe foi permitido ir. Era uma época em que ainda não
existia a lei Afonso Arinos.
Em 1924 gravou seu primeiro disco, dois foxtrotes:
"Tudo à la garçonne", de Pedro Sá Pereira e "La monteria",
de J. Guerrero.
Em 1925 participou de festivais artísticos, dos quais o do
Teatro Municipal de Niterói, onde cantou "Tosca", de Puccini,
"Berceuse", de Alberto Nepomuceno e "Schiavo", de Carlos
Gomes, além de "A despedida" e "Cantiga praiana", de
Eduardo Souto, com letras de Bastos Tigre e Vicente Carvalho, respectivamente.
Apresentou-se também no Cassino Copacabana Palace ao lado de
Catulo da Paixão Cearense e Gastão Formenti. Nesse ano gravou a marcha
"Quando me lembro" (de Eduardo Souto e João da Praia), em dueto com o
cantor Bahiano, que fez sucesso. Seu maior sucesso, porém, foi a marcha
carnavalesca "Dondoca" (de Freitinhas), em 1927, ao lado de J. Gomes
Filho.
No início da década de 30, passou a se apresentar na Rádio
Sociedade do Rio de Janeiro, acompanhada pelo regional de Canhoto. Em 1932
casou-se com o violonista e compositor Donga (Ernesto Joaquim Maria dos Santos)
e tiveram uma filha, Lígia.
Zaíra cantou ainda em vários coros de igrejas. Em seu livro
"Não acuso nem me perdôo", o embaixador Paschoal Carlos Magno
considerava-a uma das maiores cantores negras do mundo.
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