Nascida em Costa Mina, na África, no início do século XIX,
Luísa Mahin foi trazida para o Brasil como escrava. Pertencente à tribo Mahi,
da nação africana Nagô, esteve envolvida na articulação de todas as revoltas e
levantes de escravos que sacudiram a então Província da Bahia nas primeiras
décadas do século XIX.
Quituteira de profissão, de seu tabuleiro eram distribuídas
as mensagens em árabe, através dos meninos que pretensamente com ela adquiriam
quitutes. Desse modo, esteve envolvida na Revolta dos Malês (1835) e na
Sabinada (1837-1838). Caso o levante dos malês tivesse sido vitorioso, Luísa
teria sido reconhecida como Rainha da Bahia.
Como negra africana, sempre recusou o batismo e a doutrina
cristã, e um de seus filhos naturais, Luís Gama (1830-1882), tornou-se poeta e
um dos maiores abolicionistas do Brasil.
Descoberta, foi perseguida, logrando evadir-se para o Rio de
Janeiro onde foi encontrada, detida e, possivelmente, degredada para Angola, na
África. Não existe, entretanto, nenhum documento que comprove essa informação.
Alguns autores acreditam que ela tenha conseguido fugir,
vindo a instalar-se no Maranhão, onde, com a sua influência, desenvolveu-se o
chamado tambor de crioula.
Em suas notas biográficas, o poeta e abolicionista Luís
Gama, registrou acerca de sua mãe:
"Sou filho natural de negra africana, livre, da nação
nagô, de nome Luísa Mahin, pagã, que sempre recusou o batismo e a doutrina
cristã. Minha mãe era baixa, magra, bonita, a cor de um preto retinto sem
lustro, os dentes eram alvíssimos, como a neve. Altiva, generosa, sofrida e
vingativa. Era quitandeira e laboriosa."
Em outros versos do autor indica-se que Luísa Mahin teve
mais um filho, cujo destino é ignorado.
PRÊMIO LUÍSA MAHIN
O Prêmio Luísa Mahin é entregue a sete mulheres que lutam
pela ampliação da cidadania das mulheres negras.
Fontes:
www.criola.org.br
www.palmares.gov.br
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