Ivone Caetano, desembardora
Eleita primeira desembargadora negra do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ)
Nasceu em 1945. Infância humilde, só conseguiu ingressar na escola de magistratura em 1994, aos 49 anos, é a segunda mulher negra do Brasil a exercer o cargo.
Filha de uma lavadeira que criou sozinha os onze filhos, Ivone tem uma história de luta pela sobrevivência e contra o preconceito. Estudou em colégio público e em algumas escolas particulares de "baixo custo" e, aos 18 anos, foi trabalhar como digitadora. Para ajudar a família, chegou a ter três empregos ao mesmo tempo.
A oportunidade de cursar a faculdade de Direito surgiu aos 25 anos, depois do casamento. Só com ajuda do marido pôde parar de trabalhar e dedicar-se aos estudos.
Considerada linha dura, já tomou decisões polêmicas. Foi a primeira magistrada a determinar a internação compulsória de menores usuários de crack.
Na magistratura fluminense desde o ano de 1994, Ivone Caetano foi titular do 1º Juizado da Infância e Juventude da capital, atual Vara da Infância, da Juventude e do Idoso.
Em setembro de 2013, uma canetada da juíza, em conjunto com o Ministério Público, chamou à responsabilidade pais de adolescentes que estavam acampados em frente à Praça da Apoteose.
Ivone Caetano também é contra a esmola. Citando a educação que recebeu da mãe, em entrevista ao jornal O Globo afirmou que a esmola só “serve para apaziguar a culpa pela nossa omissão”.
Símbolo da força e resistência da mulher negra, vitimada por sua condição de gênero e etnia, a desembargadora Ivone Ferreira Caetano diz ter na mãe sua melhor referência. “Tentei imitar minha mãe a vida toda, pois foi ela quem me ensinou a ser negra”, orgulha-se, agradecendo ao seu marido por tê-la apoiado ao longo da união de ambos.
Frase: “Gostaria muito que os negros tivessem a consciência de que é possível sim. Todos têm direito a qualquer coisa neste mundo. Temos que nos orgulhar das nossas origens”.
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