terça-feira, 9 de junho de 2015

Francisco Glycério Cerqueira Leite, jornalista, professor, advogado, político, maçom e general honorário do Exército brasileiro (1846-1916)


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Um dos artífices da Campanha Republicana e único líder republicano paulista presente na corte na manhã histórica de 15 de novembro, dia da proclamação da república, em  1889. 

Muitas biografias falam sobre o fato dele nascer em Campinas e sobre as façanhas que fez. Quanto à origem, a maioria diz: ¨origem humilde¨, varrendo para debaixo do tapete suas origens afro.

Francisco Glycério Cerqueira Leite, nasceu em 15 de agosto de 1846, na Fazenda Pau D’Alho – Campinas. Era filho de do Tenente Antonio Benedicto de Cerqueira Leite e da descendente de escravos, Maria Zelinda da Conceição. Tinha como irmãos: Antônia Benedicta, Maria Jacintha,  Olegário, Candida Rosa, Jorge Miranda, Maria Pureza, Antonio Benedicto Filho, Júlio César, Leão e Eloy Cerqueira.

Trabalhava como tipógrafo,  professor de primeiras letras e escrevente de cartório. Mais tarde conseguiu o título de advogado provisionado. No Direito, passou a prosperar, mesmo sendo autodidata. Foi fotógrafo também era maçom.

Republicano e abolicionista, ele esteve envolvido na jornada de 15 de novembro de 1889.

Glicério era a figura que fazia a propaganda da República, em São Paulo. Em conhecimento político outros poderiam superá-lo, mas em carisma e poder de convencimento ele era imbatível. Glycério era a encarnação do Partido Republicano Paulista.

Em 1888, quando Dom Pedro II estava doente na Europa, Glycério leu um manifesto do Diretório de São Paulo, num comício em Campinas, propondo ao povo que em caso de morte do imperador, todos fossem convocado para decidirem se queriam o 3° Reinado da princesa Isabel, ou um novo regime.

Apesar da mais ampla liberdade de opinião vigente no Segundo Reinado, nunca se havia pensado, antes de 1870, da criação de um Partido Republicano. Somente no ano do término da Guerra do Paraguai, alguns liberais aliados a alguns jovens que ainda não haviam participado de atividades políticas assinaram, em 3 de dezembro de 1870, um manifesto republicano, fundando um clube e um jornal com essa tendência política.

Como o partido, criado em 1870 recebeu adesões nas províncias, especialmente na de São Paulo, onde se realizaram duas convenções em 1873: uma na capital e outra em Itu.

Nas principais províncias crescia o número de adeptos da República: em São Paulo, Francisco Glycério, Américo Brasiliense e dois futuros presidentes, Prudente José de Morais e Manuel Ferraz de Campos Sales; em Minas Gerais, Antônio Olinto dos Santos Pires e João Pinheiro; no Rio Grande do Sul, Júlio de Castilhos e Assis Brasil; em Pernambuco, Martins Junior.

No Rio de Janeiro, dentre os republicanos, salientam-se Quintino Bocaiuva, Silva Jardim e Lopes Trovão, e na Escola Militar tinha adeptos entre seus discípulos o professor positivista Benjamin Constant Botelho de Magalhães.

Em 1890, no Governo Provisório, atingiu o posto de Ministro da Agricultura, deputado federal de 1891 a 1899 e senador da República Velha de 1902 a 1916. Dá nome a diversos logradouros brasileiros, como a Rua General Glycério, no bairro das Laranjeiras, Rio de Janeiro, e a Av. Francisco Glycério, importante via do Centro desta cidade.

Morreu no Rio de Janeiro, 12 de abril de 1916.

Fonte: 
https://campinasnostalgica.wordpress.com/2014/06/16/francisco-glicerio-de-cerqueira-leite

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Cineasta, roteirista, cronista, ilustrador, educador, nascido na Vila Santa Isabel, Zona Leste de São Paulo.

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