Quem passa pelas calçadas do Conjunto Nacional, da Avenida Paulista, ou em ruas no centro de São Paulo, certamente já ouviu um som doce e agradável de uma flauta que pertence a um dos artistas de rua mais famoso da cidade. Trata-se do músico e professor Emerson Pinto de 50 anos, mais conhecido como Pinzindin.
Influenciado pela arte desde pequeno, Emerson conta que estudou música, e durante anos deu aulas para crianças em colégios da elite como Pueri Domus e o Pequeno Príncipe.
Cansado da vida rotineira, decidiu largar o conforto das escolas e trilhar sua arte na liberdade das ruas.
“Eu era professor de música de uma escola muito boa, de pessoas ricas. Passava o dia dando aulas. Quando chegava em casa, não tinha disposição para nada, nem mesmo para comer. Percebi que a minha arte era grande demais para permanecer em ambientes fechados. Foi então, que resolvi largar a escola e ir para as ruas. ” Quando o dinheiro do fundo de garantia acabou, foi tocar em frente ao MASP. Desde então, adotou as ruas como palco para sua arte.
Artista de rua desde os anos 80, Pinzindin revela que nem sempre foi fácil conseguir um espaço nas calçadas. “Temos os horários divididos, porque tem muita gente e a demanda é grande. No começo o pessoal era meio resistente e o gostinho de ganhar uma grana era muito bom. Tem gente que esquece que o espaço é para ser dividido.” E acentua: “quando era criança, minha mãe sempre ensinou a dividir as coisas com o outro. Hoje em dia, parece que o outro não existe.”
O músico explica que cada artista tem um horário para permanecer em um local e que também existem regras a serem seguidas. “Temos a lei 15. 776 e o decreto onde fala que cada artista só pode permanecer em um lugar por 4 horas. E para aqueles que se apresenta com som, a permanência é até às 22h.” apesar da lei sancionada em maio de 2013, muito dos artistas fogem as regras, causando certa rivalidade entre eles.
Afirma que já foi vítima de atos preconceituosos e que essas ocorrências acontecem com todos e em qualquer lugar. “Gente preconceituosa existe em todos os ângulos. O mundo é dividido em duas partes: pessoas boas e ruins. Se o cara se incomoda com a minha arte, ele é um coitado. Estudei pra caramba e o meu trabalho é de boa qualidade”, explica.
Além de músico e professor, Pinzindin também é presidente da Associação dos Artistas de Rua da cidade de São Paulo e faz parte do Conselho Municipal de Cultura da Sé.
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https://www.facebook.com/pages/Pinzindin-Flautista/927957660596758
Texto:
http://desprograme.blogspot.com.br
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