sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Joel Rufino dos Santos, historiador, professor e escritor (1941 - 2015)

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Um dos nomes de referência sobre cultura africana no país.

Autor de 60 livros, o professor era historiador e foi o idealizador de eventos inovadores no Tribunal de Justiça do Rio como o desenforcamento de Tiradentes e o baile charme. 

Filho de pernambucanos, Joel nasceu no ano de 1941 em Cascadura, subúrbio carioca.
Desde criança se encantava com as histórias que a sua avó Maria lhe contava e as passagens da Bíblia que ouvia. Junto com os gibis, que lia escondido de sua mãe, esse foi o tripé da paixão literária do futuro fazedor de histórias. Seu pai também teve um papel nessa formação, presentando-o com livros que Joel guardava em um caixote.
Ainda jovem, mudou-se com a família para o bairro da Glória e pouco depois entrou para o curso de História da antiga Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, onde começou a sua carreira de professor, dando aula no cursinho pré-vestibular do grêmio da Faculdade.
Convidado pelo historiador Nelson Werneck Sodré  para ser seu assistente no Instituto Superior de Estudos Brasileiros ( ISEB ), lá conviveu com grandes pensadores, e foi um dos co-autores da História Nova do Brasil, um marco da historiografia brasileira.
Com o golpe de 1964, Joel, por sua militância política, precisou sair do Brasil, asilando-se na Bolívia, depois no Chile. Com o exílio, não só interrompeu a sua vida acadêmica, como também não participou do nascimento do seu primeiro filho, que se chama Nelson em homenagem ao seu mestre e amigo.
Voltando ao Brasil, viveu semi-clandestino, e foi preso 3 vezes. Na última , cumpriu pena no Presídio do Hipódromo ( 1972-1974 ). As cartas, muitas, que escreveu para Nelson, foram, mais tarde, publicadas no livro “Quando eu voltei, tive uma surpresa”, considerado o melhor do ano(2000 ) para jovens leitores.
Com a aprovação da Lei da Anistia, foi re-integrado ao Ministério da Educação e convidado a dar aulas na graduação da Faculdade de Letras e posteriormente na pós-graduação da Escola de Comunicação, UFRJ. Obteve, da Universidade, os títulos de “ Notório Saber e Alta Qualificação em História” e “ Doutor em Comunicação e Cultura”.  Recebeu também,  do Ministério da Cultura, a comenda da Ordem do Rio Branco, por seu trabalho pela cultura brasileira.
Como escritor, Joel é plural. Escreveu inúmeros livros para crianças, jovens e adultos. Ficção e não ficção. Ensaios, artigos , participação em coletâneas. Recebeu, como autor de livros para crianças e jovens, vários prêmios, tendo sido finalista do Prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infanto-juvenil.
Joel  é casado com Teresa Garbayo dos Santos, autora do livro “Conversando com casais grávidos”. Nelson e Juliana são os seus filhos. Eduardo, Raphael, Isabel e Victoria, os netos queridos.
Joel Rufino dos Santos faleceu em 4 de Setembro de 2015, após complicações causadas por uma cirurgia cardíaca.
Joel Rufino também foi:
- Pesquisador do Instituto de Estudos da Religião (ISER);
- Diretor do Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro;
- Presidente da Fundação Cultural Palmares (MINC);
- Membro do Conselho   da Secretaria estadual de Cultura;
- Superintendente de Cultura da Secretaria estadual de Cultura;
- Subsecretário da Secretaria estadual de Justiça e Direitos Humanos;
- Diretor de Comunicação Social do Tribunal de Justiça e do Tribunal Regional do  Trabalho;
- Representante do Brasil no Comitê Científico Internacional da UNESCO para o Programa “ Rota dos Escravos“;  
- Consultor brasileiro do Programa Escolas Associadas, da UNESCO;
- Membro da Comissão de Comunicação Institucional do Tribunal de Justiça.

Texto:
http://www.joelrufinodossantos.com.br

Por

Cineasta, roteirista, cronista, ilustrador, educador, nascido na Vila Santa Isabel, Zona Leste de São Paulo.

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© 2013 Rogério de Moura