quinta-feira, 17 de julho de 2014

Nilo Peçanha, o primeiro negro presidente do Brasil (1867-1924)

 Negros Geniais, Nilo Peçanha, Presidência da República, Presidente do Brasil, preconceito, abolição, Rogério de Moura
Nilo Peçanha chegou à presidência do Brasil menos de 20 anos após a libertação dos escravos em 1889. A proeza de Nilo Procópio Peçanha é bem maior que seu colega Luiz Ignácio Lula da Silva, eleito em 2002 e porque não dizer do presidente americano Barak Obama. Embora muitas vezes fosse retratado como branco era mulato, sendo, inclusive, "embranquiçado" nas fotos.

Nilo nasceu no dia 02 de outubro de 1867, na Fazenda do Desterro, no limite com o Espírito Santo, município de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, filho de Sebastião de Sousa Peçanha e Joaquina Anália de Sá Freire Peçanha. Nilo Peçanha ou o “Menino da Padaria”, como era conhecido (devido ao seu pai ter um comércio de padaria), viveu seu início de vida num sítio em Morro do Coco, onde cresceu ouvindo histórias da negra Delfina, que falava do sofrimento dos escravos.

De origem humilde, Peçanha construiu uma sólida carreira política, ascendendo, em um intervalo de poucos anos, de senador a presidente do estado do Rio de Janeiro – nome da época para o cargo de governador – e a presidente do Brasil.

Nilo não foi eleito diretamente, assumiu a presidência com a morte de Afonso Pena, de quem era vice. Exerceu o cargo de 14 de junho de 1909 a 15 de novembro de 1910. 

Quando chegou à idade escolar a família se mudou para Campos, onde Nilo foi matriculado no Liceu de Humanidades de Campos. Formou-se na Faculdade de Direito do Recife já com vinte anos de idade. Numa viagem de trem de Campos para o Rio de Janeiro, o jovem Nilo conheceu e de apaixonou perdidamente por uma jovem de nome Anita Castro Belisário de Sousa, com a qual se casou no dia 06 de dezembro de 1895. Dos três filhos que teve nenhum conseguiu chegar à fase adulta.

Anita era descendente de uma rica família de Campos. O casamento foi um escândalo social, pois a noiva teve que fugir de casa para poder se casar com um sujeito pobre e mulato.

No mesmo em que se casou, Peçanha ajudou a fundar o Clube Republicano de Campos, do qual foi presidente, bem como do Partido Republicano. Após a instauração do regime republicano em 15 de novembro de 1889, Nilo intensificou sua atividade político-partidária e foi eleito deputado, participando da Assembléia Constituinte responsável pela primeira Constituição republicana de 1891.

Foi eleito em sucessivos pleitos e em 1903 foi eleito para deputado federal, quando assumiu uma cadeira no Senado. Em 1903, renunciou à sua vaga na Câmara Alta para assumir a Presidência do Estado do Rio de Janeiro, que exerceu até 1906. Neste ano, foi eleito Vice-Presidente de Afonso Pena.

Em 1909, devido à morte de Afonso Pena, Nilo Peçanha tornou-se Presidente da República. Nilo estava com 42 anos ao assumir a Presidência da República.

Em seu governo recriou o Ministério da Agricultura, órgão que aglutinou os grupos regionais dissidentes. Introduziu importantes alterações no funcionamento do Estado, o que representou uma obra de grande alcance. Criou Lei permitindo, pela primeira vez, o trabalho feminino nas repartições públicas. Criou o Imposto Territorial, criou o Ensino Técnico-profissional (com as Escolas de Aprendizes de Artífices), o Serviço de Inspeção Agrícola, a Diretoria da Indústria Animal, a Diretoria de Meteorologia e o Serviço de Proteção ao Índio.

Faleceu em 1924, no Rio de Janeiro, afastado da vida política e foi sepultado no Cemitério de São João Batista.

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Fonte: Presidentes do Brasil, Editora Rio.
FONTE: http://institutohistoriar.blogspot.com/2008/09/srie-presidentes-do-brasil_21.html

Por

Cineasta, roteirista, cronista, ilustrador, educador, nascido na Vila Santa Isabel, Zona Leste de São Paulo.

24 comentários:

  1. Meus Amigos, Bom dia , O Nosso Brasil esta começando agora enquanto uma Pequena escala deseja q esta afundado!!!! tudo ,Quando Vai Dar um Salto Bem Grande Abaixa Pra Soltar o Salto!!!

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  2. Sinceramente. Não vejo razões para tais descriminações de cores das epidermes, no meu ponto vista, deveis a sociedade apreciar as qualidades de virtudes do ser humano como:
    1) Moral Impoluta
    2) Conduta Ilibada
    3) Caráter Marcante
    4) Dignidade Super Qualitativa
    5) Equidade Estável
    E além de outras infinitas virtudes, que enalteces e valorizas e tornais elevadas a Enésima Potencia. " A CRIAÇÃO DIVINA A QUE SOMOS DENOMINADOS DE SERES HUMANOS! "
    DISSE **YESHUA!**
    A PAZ ESTEJAS CONVOSCO!

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    1. "Ok, mas nós sabe qual lado que morre" BK

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    2. Sábio BK. Isso aí , Túlio Filipe

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    3. Kkkkkkkk, estes, astes, e a pobre da segunda pessoa sofrendo com o rapaz de pouca leitura (de mundo). "Equidade estável" ... deve ser alguma droga que essa galera "consomes".... kkkk

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  3. Se este homem é negro....o que sou eu então?...eu olho no espelho e não me considero negro...nem tampouco branco...sou apenas homem como tantos outros no mundo.

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  4. Ter sido o primeiro presidente negro não faz dele um grande formulador de politicas de causa dos negros. Pelo visto ele era bem condescende com stablishment da época.

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  5. Ter sido o primeiro presidente negro não faz dele um grande formulador de politicas de causa dos negros. Pelo visto ele era bem condescende com stablishment da época.

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  6. Não faz, com certeza. Mas é fundamental que os negros saibam que houve um presidente negro e que a história do Brasil embranquece negros que fizeram parte da hsitória do país.
    Há negros que não acreditam que negros possam ser escritores, arquitetos, engenheiros, advogados, cineastas porque raramente vêem negros fazendo isso.
    Daí a importância de se conhecer a vida dessas pessoas.

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    1. Muito importante este estímulo. Infelizmente os negros no Brasil, como todos aqui - independente da raça, credo ou poder econômico - desprezam nossa história e cultura. Como dizia Tom Jobim : "... o brasileiro não gosta do sucesso".

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    2. Muito importante este estímulo. Infelizmente os negros no Brasil, como todos aqui - independente da raça, credo ou poder econômico - desprezam nossa história e cultura. Como dizia Tom Jobim : "... o brasileiro não gosta do sucesso".

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  7. Eu acho de suma importância saber para aumentar a autoestima de nós, negros. Acabar com o que nos foi introjetado de ser incompetente, não inteligente, ter cabelo duro, nariz de fornalha e por aí vai. Continue, companheiro, informando.

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  8. Me faz muito ter mais referências negras,é um estímulo e inclusão importante.

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  9. Lima L.,se não fez pelos negros diretamente, fez pelos índios: coube e ele a criação do Serviço de Proteção ao Indio, hoje FUNAI.

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  10. O Brasil à frente dos EUA, tendo o 1º Presidente Negro! <3 Eu sou euro-índio-afro-descendente!

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  11. E ótimo. Eu tenho 60anos e só agora tô sabendo que Chiquinha Gonzaga,Dolores Duran, e mts eram negras, Cleópatra, tivemos governadores, Presidente da República,e mts nomes de destaque e ainda nem sabiamos

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  12. Este comentário foi removido pelo autor.

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© 2013 Rogério de Moura