Alfredo da Rocha Viana, nascido em 1897, caçula de vários irmãos: Eugênio, Mário, Oldemar, Alice, Otávio, Henrique, Léo, Cristodolina, Hemengarda, Jandira, Hermínia e Edith.
Se há um nome acima das preferências individuais, este é Pixinguinha. O crítico e historiador Ari Vasconcelos sintetizou de forma admirável a importância desse fantástico instrumentista, compositor, orquestrador e maestro:“Se você tem 15 volumes para falar de toda a música popular brasileira, fique certo de que é pouco. Mas se dispõe apenas do espaço de uma palavra, nem tudo está perdido; escreva depressa: Pixinguinha.”
Uma rápida passagem pela sua vida e sua obra seria suficiente para verificar que ele é responsável por façanhas surpreendentes, como a de estrear em disco aos 13 anos de idade, revolucionando a interpretação do choro. Naquela época (1911) a gravação de discos no Brasil ainda estava em sua primeira fase e os instrumentistas, mesmo os mestres do choro, se intimidavam com a novidade e tocavam como se tivessem pisando em ovos, com medo de errar. Pixinguinha tocava com segurança total, improvisando na flauta com a mesma tranqüilidade com que tocava nas rodas de choro ao lado do pai, também batizado com o nome de Alfredo e dos irmãos, também músicos, e dos muitos outros instrumentistas que formavam a elite musical do início do século XX.
Em 1914, aos 17 anos, editou pela primeira vez uma composição de sua autoria, chamada "Dominante". Nesse mesmo ano, pela Odeon, gravou dois clássicos, o choro "Sofres porque queres" e a alsa "Rosa"; esta, mais conhecida quando foi gravada por Orlando Silva, em 1937.
Em 1918, Pixinguinha e Donga (um dos autores do samba "Pelo Telefone", o primeiro samba gravado da história) foram convocados por Isaac Frankel, proprietário do cinema Palais, na Avenida Rio Branco, para formar uma pequena orquestra que tocaria na sala de espera. Nasceu então o grupo Oito Batutas, integrado por Pixinguinha (flauta), Donga (violão), China, irmão de Pixinguinha (violão e canto), Nélson Alves (cavaquinho), Raul Palmieri (violão), Jacob Palmieri
(bandola e reco-reco) e José Alves de Lima, Zezé (bandolim e ganzá). “A única orquestra que fala alto ao coração brasileiro”, dizia o letreiro colocado na porta do cinema.
Na década de 1930, gravou muitos discos como instrumentista e várias músicas de sua autoria (entre as quais as gravações de Orlando Silva de "Rosa" e "Carinhoso"), mas o mais expressivo daquela fase foi a sua atuação como arranjador.
Em 1942, fez a última gravação como flautista num disco com dois choros de sua autoria: "Chorei" e "Cinco companheiros".
Em 1945, participou da estréia do programa “O pessoal da Velha Guarda”, dirigido e apresentado pelo radialista Almirante.
Em 1955, gravou o seu primeiro long-play, com a participação dos seus músicos e de Almirante. O disco recebeu o nome de “Velha Guarda”.
Em novembro de 1957, foi um dos convidados pelo presidente Juscelino Kubitschek para almoçar com o trompetista Louis Armstrong, no Palácio do Catete.
Seu conjunto da Velha Guarda foi o escolhido pela revista O Cruzeiro para recepcionar os jogadores da seleção brasileira, que chegavam da Suécia com a Copa do Mundo conquistada.
Em 1961, fez várias músicas com o poeta Vinícius de Morais para o filme "Sol Sobre a Lama", de Alex Viany.
Em 1968, aos 70 anos (que, na verdade, eram 71) foram comemorados com um espetáculo no teatro Municipal que rendeu disco, exposição no Museu da Imagem e do Som, e sessão solene na Assembléia Legislativa carioca.
Extraído de texto do site Pixinguinha.
Visite:
www.pixinguinha.com.br
sexta-feira, 28 de março de 2014
Pixinguinha, músico (1897-1973)
Por Rogério de Moura
Cineasta, roteirista, cronista, ilustrador, educador, nascido na Vila Santa Isabel, Zona Leste de São Paulo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário