sexta-feira, 25 de julho de 2014

Aleijadinho, escultor, entalhador e arquiteto (1738-1814)

No site do Info Escola (www.infoescola.com) diz que ele é considerado um dos maiores artistas barrocos do Brasil e que suas esculturas e obras e arquitetura encantaram a sociedade brasileira do século XVIII.

Não cita que ele era negro. 

O site Sua Pesquisa (www.suapesquisa.com) Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa) nasceu em Vila Rica no ano de 1730 (não há registros oficiais sobre esta data) diz, brevemente, que ele era filho de uma escrava com um mestre-de-obras português e ponto final. 

Entre diversos sites, sua negritude é varrida para debaixo do tapete, como vem acontecendo com todos os negros de expressão. O sujeito se torna mulato. Dependendo do que ele fez, torna-se branco. Como fizeram com o presidente Nilo Peçanha.

Negros genais não podem existir no Brasil. Para isso, é preciso, quando ele for dono de feitos extraordinários, é preciso embranquecê-lo. O negro não pode saber do que é capaz, não pode melhorar a imagem que faz de si mesmo.

A biografia de Aleijadinho:

A vida de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, é envolta por uma nuvem de mistério. Filho de um respeitado arquiteto português, Manuel Francisco Lisboa, e uma escrava africana, Isabel, o magnífico escultor, entalhador e arquiteto do Brasil colonial nasceu em Ouro Preto. Os dados que constroem sua trajetória são alegadamente reconstituídos através de suas obras, documentos e depoimentos de indivíduos que haviam conhecido o artista.

A obra de Aleijadinho mistura diversos estilos do barroco. Em suas esculturas estão presentes características do rococó e dos estilos clássico e gótico. Utilizou como material de suas obras de arte, principalmente a pedra-sabão, matéria-prima brasileira. A madeira também foi utilizada pelo artista.

Morreu pobre, doente e abandonado na cidade de Ouro Preto no ano de 1814 (ano provável). O conjunto de sua obra foi reconhecido como importante muitos anos depois. Atualmente, Aleijadinho é considerado o mais importante artista plástico do barroco mineiro.

A doença

Quanto melhor esculpia as belas formas nas pedras, tanto mais se deformava o corpo singular de Aleijadinho, causando-lhe dores ditas incapacitantes. Apesar da árdua adaptação à degradação de sua saúde, prosseguiu trabalhando incansavelmente, mantendo as habilidades manuais, mesmo perdendo os quirodáctilos, restando-lhe apenas o indicador e o polegar. Perdeu todos os pododáctilos e parte da região calcânea, caminhando de joelhos em direção ao sucesso. Trabalhou durante anos com os cinzéis amarrados nos cotos e, quando mais avançado o mal, carregavam-lhe para os sítios onde gravou magnificamente sua arte. Também a face foi-lhe atingida, emprestando-lhe um aspecto incomum, caracterizado como terrível. Dizem que roupas amplas e folgadas escondiam-lhe a vergonhosa deformidade, grandes chapéus lhe ocultava a face e, para não ser visto, passou a trabalhar dentro de um espaço fechado por toldos, preferencialmente à noite.

Sua condição debilitou em 1812, quando passou a depender demasiadamente das pessoas que o assistiam. De acordo com o depoimento da nora do artista, nos seus últimos dois anos, quando acamado e incapacitado de trabalhar, parte de seu corpo ficou coberto de chagas, e ele implorava constantemente que Cristo pousasse Seus santos pés sobre seu miserável corpo, dando-lhe boa morte e livrando-o dessa vida sofrida. A esta altura encontrava-se praticamente cego e com redução global das capacidades motoras. Por um breve período voltou para sua antiga moradia, mas logo teve de acomodar-se na casa de sua nora, que de acordo com o historiador Rodrigo Ferreira Bretas se encarregou dos cuidados de que necessitava até que ele veio a falecer, em 18 de novembro de 1814. Foi sepultado na Matriz de Antônio Dias, em uma tumba junto ao altar de Nossa Senhora da Boa Morte.

Ao longo dos séculos, diversos diagnósticos tem sido propostos por médicos e historiadores para explicar sua doença, todos conjeturais, incluindo entre outras etiologias a hanseníase (improvável, visto que o artista não foi excluído do convívio social, como ocorria com todos os leprosos),sífilis, escorbuto, traumas físicos decorrentes de uma queda, artrite reumatoide e poliomielite.

O reumatologista Dr. Archiles Cruz Filho argumentou que Aleijadinho possa, na verdade, ter sido portador de esclerodermia, visto que a maioria das manifestações da doença do escultor são compatíveis com esclerose sistêmica, principalmente as alterações de membros. 

As mais recentes pesquisas, realizadas por uma equipe de cientistas liderada pelo dermatologista e hansenologista Geraldo Barroso de Carval, professor da Faculdade de Medicina de Barbacena (MG) e autor do recém-lançado Doenças e Mistérios do Mestre Aleijadinho, apontam em favor da porfiria. 

Descrito pela primeira vez em 1874, pelo médico alemão J. H. Schultz, o termo “porfirias” descreve um grupo de doenças com manifestações clínicas diversas que compartilham um quadro comum: a deficiência na síntese do anel porfírico, que irá fazer parte do grupo heme, que por sua vez é parte integrante dos citocromos e da hemoglobina. Pacientes com porfiria possuem, dentre outras manifestações, alteração da função das hemácias. A Porfiria Cutânea Tardia (PCT), atribuída como provável enfermidade de Aleijadinho, é uma das mais importantes formas deste grupo de doenças. A PCT caracteriza-se por um déficit de uroporfirinogênio descarboxilase, enzima encarregada da mediação de vários passos na síntese do grupo heme. 

Numa exumação feita em 1971, o médico e bioquímico Paulo da Silva Lacaz, então professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), observou que os ossos do artista exibiam uma coloração castanho-avermelhada, típica dos portadores de porfiria. Lacaz morreu antes de concluir suas pesquisas. Inspirado nesse trabalho pioneiro Barroso procedeu uma nova exumação dos despojos de Aleijadinho. Amostras colhidas pela equipe foram encaminhadas, através do departamento de Bioquímica da Universidade de Juiz de Fora, à Embrapa Solos, no Rio de Janeiro, que dispunha da tecnologia necessária para a investigação. O resultado da análise química inorgânica dos ossos detectou níveis espantosos de ferro dentro da vértebra do escultor. "Os estudos ainda não terminaram, mas com base nestes resultados podemos afirmar que não há outra razão para a pigmentação avermelhada dos ossos de Aleijadinho, senão decorrência da porfiria", frisou Barroso. 




Visite:
http://www.museualeijadinho.com.br

Fontes:
- Wikipedia
- Blog Arte Médica (medicineisart.blogspot.com.br)

Por

Cineasta, roteirista, cronista, ilustrador, educador, nascido na Vila Santa Isabel, Zona Leste de São Paulo.

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© 2013 Rogério de Moura