Tim Maia começou a carreira junto com Roberto e Erasmo
Carlos formando no Rio de Janeiro, em 1957, o grupo Sputniks. Depois de uma
estada de seis anos nos Estados Unidos, influenciado pela soul music, o cantor
definiu seu estilo e voltou com ideias rejeitadas pela Jovem Guarda. Assim, só
conseguiu gravar o primeiro disco solo em 1970. Estourou com sucessos como
"Azul da Cor do Mar" e "Primavera".
Estes seriam seguidos de muitos outros: "A Festa de
Santo Reis", "Não Quero Dinheiro", "Você", "Réu
Confesso", "Gostava Tanto de Você" e "Sossego". A soul
music e o funk com tempero brasileiro foi atravessando a década de 80 com mais
sucessos como "Descobridor dos Sete Mares" e "Do Leme ao
Pontal". Às vezes o vozeirão de Tim servia às canções mais açucaradas como
"Me Dê Motivo", "Leva e Um Dia de Domingo". Com seu eterno
bom humor e senso crítico, ele definiria mais tarde sua fórmula infalível.
“Metade de minhas músicas é esquenta-sovaco e metade mela-cueca”.
Em determinados momentos da vida chegava a beber três garrafas
de uísque por dia, além de usar maconha e cocaína. Por incrível que pareça,
isso parece nunca ter afetado sua voz. Não se pode dizer o mesmo de suas
relações profissionais. Colecionou desafetos e processos trabalhistas - de
músicos contra ele e dele contra gravadoras -, além de renegar publicamente
antigas amizades, ameaçar críticos e faltar a shows. Passou anos sem se
apresentar na Rede Globo e acusava o todo-poderoso da emissora, José Bonifácio
de Oliveira Sobrinho, o Boni, de ser o culpado pelo boicote. Outro conhecido
inimigo ele denominava ETA, “Exploradores do Talento Alheio”, formado por
empresários e donos de casas de espetáculos.
Tim Maia foi e sempre será um dos mais talentosos artistas
da música brasileira. Em março de 1998, mal começou a cantar "Não Quero
Dinheiro", a primeira música em um show no Teatro Municipal de Niterói, no
Rio de Janeiro, sofreu um edema pulmonar seguido de parada cardiorrespiratória.
Ficou internado no CTI do Hospital Antônio Pedro durante sete dias e faleceu no
dia 15, de infecção generalizada, aos 55 anos. Em sua eterna ironia, ele se
definiu com uma frase que entraria para a História: “Não fumo, não bebo e não
cheiro. Meu único defeito é que minto um pouco”.
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