sábado, 13 de setembro de 2014
Dona Ivone Lara, cantora e compositora
Yvonne Lara da Costa nasceu em Botafogo, no Rio de Janeiro, em 13 de abril de 1921, filha de uma cantora de rancho, começou a compor com 12 anos. Uma de suas primeiras músicas foi o partido-alto Tiê-tiê (nome de um pássaro de que gostava muito).
Estudou no colégio municipal Orsina da Fonseca, de onde saiu, com 17 anos, para morar na casa do tio, Dionisio Bento da Silva, pois seus pais já haviam falecido. O tio pertencia a um grupo de chorões, com ele aprendeu a tocar cavaquinho. Em outubro de 1947, foi morar em Madureira e começou a freqüentar a extinta escola de samba Prazer da Serrinha. Nessa época compôs muitos sambas e partidos-alto, que eram mostrados aos outros sambistas pelo seu primo Mestre Fuleiro (também compositor), como se fossem dele, pois o preconceito vigente não favorecia a aceitação de mulher sambista.
Casou em 1947, com Oscar Costa, filho do presidente da Escola de Samba Prazer da Serrinha, e nesse mesmo ano fez um samba com o qual a escola desfilou - “Nasci para sofrer”. Com o desaparecimento da escola, transferiu-se com todo o seu grupo,
para o G.R.E.S. Império Serrano, fundado em 1947 por dissidentes da Prazer da Serrinha. Continuou a compor e uma das suas músicas de maior sucesso na escola foi “Não me perguntes” (com Mestre Fuleiro).
Em 1965, o samba-enredo “Os cinco bailes da corte” ou “Os cinco bailes tradicionais da história do Rio” (Dona Ivone Lara, Silas de Oliveira e Bacalhau) classificou-se em quarto lugar no desfile das escolas de samba e foi gravado posteriormente, em 1974, pela própria autora, em Discos Marcus Pereira, “Histórias das escolas de samba: Império".
Foi a primeira mulher a compor um samba enredo.
Participou das rodas de samba do Teatro Opinião, no Rio de Janeiro, durante 12 anos.
É madrinha da ala dos compositores de sua escola (Império Serrano) e desfilou desde 1968. Ganhou o Estandarte de Ouro como destaque da ala das baianas da Cidade Alta do Império Serrano, em 1982.
O ano de 1970 foi sem dúvida alguma, de grande importância para sua carreira de intérprete e compositora, pois gravou o seu primeiro disco pela gravadora Copacabana “Sambão 70”, produzido por Sargenteli e Adelson Alves.
Suas composições com vários parceiros foram gravadas e fizeram sucesso nas vozes de grandes intérpretes da música brasileira. Em dezembro/2001 foi agraciada com o Premio da Academia Charles Cros de Paris-França, pelo seu desempenho no CD Internacional "Nasci pra Sonhar e Cantar".
Recebeu o Prêmio Caras/2002 na categoria de “melhor disco de samba” no dia 21 de agosto/2002, na Vila Riso – no Rio de Janeiro, com o CD “Nasci pra Sonhar e Cantar”.
Em Agosto de 2002, participou do Projeto do Ministério da Cultura “Clássicos do Samba” em companhia dos cantores: Martinho da Vila, Eliane Farias e Jamelão, na cidade de Arhus na Dinamarca, no Festival de Arhus/2002, tendo na platéia uma convidada ilustre, Sua Majestade a Rainha da Dinamarca Margarethe II.
Em dezembro do mesmo ano, recebeu o Troféu do Premio Shell de Música/2002, com um grande show no Canecão, em reconhecimento ao conjunto de obras durante os 55 anos de
carreira artística, com a participação de renomados cantores.
Gravou o 2º CD Internacional “Sempre a Cantar” pela gravadora Lusafrica, com músicas inéditas e alguns sucessos de sua carreira, lançado no Brasil, Europa e Estados Unidos em 2004.
Em 2009, como parte das comemorações dos 62 anos de vida artística, Dona Ivone Lara gravou o CD e o DVD “Canto de Rainha", em Agosto, no Canecão, com direção artística de Túlio Feliciano, com participações especiais de: Arlindo Cruz, Beth Carvalho, Bruno Castro, Caetano Veloso, Delcio Carvalho, Gilberto Gil, Jorge Aragão, Velha guarda do Império, e Zeca Pagodinho.
Livros sobre a vida artística de Dona Ivone Lara:
2009 – Nasci pra Sonhar e Cantar;
Dona Ivone Lara: a mulher no samba
Escrito por Mila Burns - Editora Record
2010 – Ivone Lara – a dona da melodia
Escrito por Kátia Santos para a coleção Personalidades Negra
da Editora Garamond.
Foi a artista homenageada com o Prêmio da Música Brasileira, patrocinado pela Vale, em agosto de 2010, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com um grande show, tendo a participação de renomados artistas.
Foi o enredo da Escola de Samba Império Serrano, no Carnaval do Rio de Janeiro/2012.
A sua arte atravessou fronteiras e foi mostrar para o mundo a força da nossa música e o brilho dessa grande estrela.
Apresentou-se em vários países da Europa, América do Norte, América do Sul e África. Entre eles destacam-se, (a partir de 2000):
- HOT BRASS em Paris, (França)
- Festival Latino, promovido pela Eurodisney, (França).
- Festival PANAFEST, Ghana- (África)
- Festival de La Villette-Paris (França)
- Torre de Belém – Lisboa – (Portugal)
- Festival de Montreux - (Suíça)
- Festival Viva Afro Brasil em Tubingen – (Alemanha)
- Brazilfest - Manhattan – Nova York
- Benguela - Promovido pelo Governo de Angola – (África)
- Festival de Montreux - (Suíça)
- Martinica - (Fort de Françe) (América Central)
- New Morning – Paris- (França)
- Festival de Vancé - (França)
- Latino Americano de Milão (Itália).
Visite:
http://www.donaivonelara.com.br
Link do texto:
http://www.donaivonelara.com.br/release_donaivonelara.pdf
Por Rogério de Moura
Cineasta, roteirista, cronista, ilustrador, educador, nascido na Vila Santa Isabel, Zona Leste de São Paulo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário