sexta-feira, 14 de março de 2014

Hermenegildo de Barros, o segundo afro-descendente a presidir o STF (1866-1955)

STF - Supremo Tribunal Federal, negros advogados, negros juristas, negros geniais, negros bacharéis, discriminação, ação afirmativa, preconceito, negritude
Engana-se quem afirma que Joaquim Barbosa é o primeiro negro no comando do Supremo Tribunal Federal. Esse equivoco deve-se ao fato da história brasileira embranquecer seus antecessores: Pedro Lessa e Hermenegildo Rodrigues de Barros, assim como embranqueceram o compositor Carlos Gomes, entre outras personalidades afro-descendentes.

Hermenegildo Rodrigues de Barros nasceu na cidade de Januária, na então província de Minas Gerais, em 31 de agosto de 1866, filho de Mamede Rodrigues de Barros, coronel do exército, e Joana de Uzeda Barros.

Em 1879, iniciou os estudos preparatórios no Colégio do Caraça, na Serra do Caraça, hoje Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), entre os atuais municípios de Catas Altas e Santa Bárbara, nas Minas Gerais.

Em São Paulo, recebeu o grau de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais da Faculdade de Direito de São Paulo, em 1886.

De volta à sua cidade natal, foi nomeado Promotor Público da comarca de Januária. A seguir, tornou-se Juiz Municipal do termo de São Francisco. Em virtude da reorganização da Magistratura mineira na última década do século XIX, é nomeado Juiz de Direito da comarca do Carmo do Parnaíba. Prosseguindo na sua carreira de magistrado, é para a comarca de Bonfim, assumindo o exercício do cargo em 31 de janeiro de 1897.

Em 1899, foi promovido à segunda instância do judiciário mineiro, tomando posse da comarca de Ubá, onde viria a servir por quatro anos. Em 1903, foi indicado como Desembargador da Relação de Minas Gerais, cargo máximo na então magistratura mineira, que acabara de transferir seu Tribunal para a nova capital, Belo Horizonte.

Em 26 de julho de 1919, tornou-se tornando-se o segundo Ministro afro-descendente do STF (Supremo Tribunal Federal) da história do país.

Nunca faltou às sessões do STF. Nem mesmo quando houve o casamento de sua filha, marcado para a mesma hora de uma sessão do STF.

Hermenegildo presidiu também as sessões preparatórias da Assembléia Nacional Constituinte em 1933 e 1935. Foi indicado presidente efetivo da Constituinte de 1934.

Fonte: Jornal Cartaforense

http://www.cartaforense.com.br/

Por

Cineasta, roteirista, cronista, ilustrador, educador, nascido na Vila Santa Isabel, Zona Leste de São Paulo.

0 comentários:

Postar um comentário

 

© 2013 Rogério de Moura